terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Doce amor cap.6 part.2

Arthur não a esqueceria nas semanas subseqüentes. Na verdade, nem mesmo olhou para outra mulher neste in­tervalo, e sabia que se encontraria com Lua assim que chegasse a Londres. Mas ele não contava com aquele quadro. Ou em descobrir que Lua estava grávida. Intencionalmente?
Não tinha certeza. Esse era o problema...

— Deixe para lá, Lua — disse, tirando do bolso do paletó uma caixinha de veludo e colocando-a diante dela. — Talvez isso a anime. — Arthur se ajeitou na cadeira para observar a reação dela.

Que não foi nada parecida com o que ele imaginara. Lua estava olhando para a caixinha como se o objeto fosse mordê-la. Talvez achasse que ela própria iria escolher o anel de noivado. Com um belo diamante, claro. Ao lembrar-se do anel dentro da caixinha, Arthur não achava que Lua ficaria desapontada. Quem estava desapontado era ele.

— Que droga, abra! — ele gritou, inclinando-se para frente. — Tenho certeza de que você vai gostar — disse, impaciente. — E se não gostar, podemos comprar algo maior e melhor — concluiu.

Ele era um idiota, um imbecil por querer acreditar que a reação de Lua indicaria que ela sentia algo pela pessoa que ela era, e não só pelo saldo bancário.

Mas ela estava certa. Era só sexo.

Lua engoliu em seco, esticando-se para pegar a caixi­nha, sabendo o que havia dentro. Ficou paralisada. Arthur dissera que eles se casariam. Mas, se o próprio instinto estivesse certo, dentro daquela caixa havia um anel de noivado. Aquilo sim era totalmente inesperado.
Por fim, Lua abriu a caixinha, arregalando os olhos e respirando com dificuldade. Era o maior diamante que vira, cercado por dezenas de diamantes menores, e a marca estampada na caixa indicava que o anel custara uma fortuna. Uma pequena parte dos milhões dos Aguiar, mas ainda assim uma fortuna.

— Você está me dando isso? — ela perguntou.
— O que você acha?
— Você está tentando me ofender? — Lua franziu a testa e empurrou a caixinha na direção de Arthur. Depois, pôs as mãos sob a mesa, como que para se impedir de aceitar algo que não queria. Nem precisava.

Ele não se mexeu.

— Você preferia uma safira? Ou talvez uma esmeral­da? Podemos ir à joalheria amanhã...
— Não me lembro de ter dito que queria um anel de noivado — disse. — E isso... Você está mesmo tentando me ofender, não? — os olhos brilhavam e ela estava ver­melha de raiva.
— O que há de errado com o anel? Não é grande o suficiente?
— Grande o suficiente! Se o diamante fosse um pouco maior, teria cegado as pessoas ao nosso lado.

Lua tinha certeza de que, com aquele anel, Arthur esta­va tentando comprá-la.

— Pode falar baixo, Lua? — ele murmurou, ao perce­ber que os outros clientes estavam olhando. — Diga-me o que há de errado com o anel e eu o trocarei.

— Se o diamante fosse menor, ele seria aceitável. Mas isso, isso não é um anel! Isso é uma coleira! — respirava com dificuldade, nervosa. — Acho que gostaria de ir em­bora agora. — ela pôs o guardanapo sobre a mesa.
— Se é o que você quer... — Arthur pôs o guardanapo sobre a mesa também, pedindo a conta.

Ele sabia que Lua não queria se casar, mas ela não precisava jogar isso na cara dele com tanta veemência. Por que ela não aceitava o fato de que não havia outro modo de colocar as mãos no dinheiro dele, a não ser tor­nando-se sua esposa? O que havia de errado com aquela mulher?

Lua podia sentir a raiva que Arthur exalava assim que deixaram o restaurante. Mas o que ele esperava, ao presenteá-la com um anel daqueles? Que ela se jogasse sobre o anel com mãos ambiciosas, isso sim. Mas Lua odiava o anel e tudo o que ele representava. Será que
ele não conseguia perceber?

— Você vai conseguir devolver o anel e receber seu dinheiro de volta? — perguntou ao se aproximarem do carro de Arthur.
— Não se preocupe com isso — ele disse, abrindo a porta do carro.

Era um belo carro esporte vermelho, do tipo que Lua só vira em revistas de fofocas. O tipo de carro que ela esperava que um homem como ele dirigisse. E este era apenas o carro que ele dirigia por Londres. Imagine os carros que tinha em Paris e Nova York!

— É um belo carro — ela elogiou, já dentro do veícu­lo e sabendo que precisava conversar sobre a visita que fariam aos pais no dia seguinte.

Lua ainda tinha de pedir a ajuda dele para conven­cer aos pais de que o casamento era por amor, e não por conveniência.

— Eu lhe compro um carro igual, se você quiser.

Ela respirou fundo.

— E por que eu quereria?
— Ah, pare de fingir. Você não está conseguindo me convencer.

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