Lua estava apaixonada por ele, atraída fisicamente, e estamos no século XXI, meu Deus, não na Idade Média, quando os desejos e necessidades de uma mulher não eram considerados tão importantes quanto os de um homem!
Ela se acalmou. Não fizera nada de errado ao passar a noite com um homem que achava tão atraente e que a quisera também!
Mas com o passar do tempo toda aquela segurança perdera o sentido.
E agora, ali em pé, olhando para Arthur, não significavam absolutamente nada.
Lua deu um risinho.
— Acho que será melhor se nós dois simplesmente nos esquecermos disso, não é?
Era uma afirmação, e não uma pergunta, e Arthur se mostrou extremamente irritado.
Está certo, então ele não fora capaz de esperar para se livrar de Lua naquela manhã, e desde então não telefonara para ela, como disse que faria, mas era um golpe para o ego de Arthur perceber que ela estava tentando esquecê-lo do mesmo jeito que ele tentara esquecê-la.
Ou será que...?
Arthur deu um passo na direção de Lua, os olhos estreitos fixos nos olhos azuis dela e acariciando-lhe o rosto.
— Eu sou assim tão fácil de esquecer, Lua? — ele murmurou sedutor, sabendo que estava cometendo outro erro, mas furioso com a frieza dela. — Foi fácil se esquecer da nossa noite de amor também? Ou a lembrança disso a manteve acordada por várias noites, pensando em todos os modos como nos tocamos e nos excitamos?
Ela olhou para ele chocada ao sentir que o próprio rosto pegava fogo e os lábios se abriam ligeiramente enquanto o corpo se inclinava na direção de Arthur.
— Foi o que pensei... — ele murmurou, satisfeito diante da reação e mordiscando os lábios levemente antes de escorrer os dedos pelo pescoço até a gola em "V" da blusa dela e pela curva suave dos seios. O tempo todo o olhar de Arthur continuava a desafiá-la.
Como isso podia estar acontecendo? Era o que ela se perguntava, ao sentir que estava reagindo ao toque. Os mamilos ficaram excitados no ato, duros e sensíveis, enquanto ela se inclinava instintivamente para se segurar nos ombros largos dele. As pernas pareciam se desmanchar.
Mas do mesmo modo que Arthur a tocou de repente ele a empurrou e deu um passo para trás, com aquela expressão diabólica de quem a estava dispensando.
— Você é realmente sexy, não é? — ele provocou, apoiando-se na mesa e com o semblante pensativo, enquanto olhava a saliência dos seios de Lua através do decote de sua blusa.
— Senhor Aguiar...
— Ah, pare com isso — ele disse, balançando a cabeça e rindo. — Você não pode voltar a me chamar de senhor depois de entregar seu corpo a mim — afirmou, erguendo a cabeça de maneira desafiadora.
Lua percebeu que estava envergonhada diante daquela provocação gratuita. Por que Arthur estava fazendo aquilo? Que tipo de prazer perverso ele tinha ao humilhá-la daquela forma?
Ela endireitou-se e olhou para Arthur, na defensiva.
— Do mesmo jeito que você entregou seu corpo a mim! — respondeu furiosa, sem se importar se ele estava mesmo tentando fazê-la pedir demissão.
Ótimo. Ele podia mandá-la embora. Lua estava quase no ponto de não se importar com isso. O sorriso dele era de zombaria.
— Fico feliz que entre todos os seus outros amantes você tenha se lembrado de mim.
Todos os outros...! Do que é que ele estava falando? Lua tivera apenas um relacionamento antes dele, e isso fora há cinco anos.
— Vamos parar com esse joguinho — disse Arthur, impaciente, pondo-se de pé.
— Finalmente! — disse Lua. — Posso voltar para meu trabalho agora? — Se ela não saísse logo dali temia não conseguir conter as lágrimas.
— Não — gritou Arthur ao perceber que a estava provocando de modo deliberado.
Só porque ele sabia do relacionamento dela com Andre Souter?
Provavelmente, pensou Arthur, com raiva. Tudo bem. Então o homem, como um artista, era uma lenda, mas também era um homem de meia-idade, e Lua tinha pouco mais de 26 anos. E Arthur se perguntava se ele era velho demais para ela!
— Está certo, Lua — ele começou, acalmando-se.
— Aceito que seu caso com Andre Souter não seja da minha conta...
— Meu o quê?! — ela balbuciou, sem acreditar, com os olhos arregalados.
— É passado. Eu entendo...
— Passado...! — Lua balançava a cabeça. — Mas eu lhe disse. Eu não conheço Andre Souter! — protestou, indignada.
— Tenho provas do contrário...
— Provas? Veja Arthur, não sei do que você está falando. — Lua balançava a cabeça e os lindos cabelos loiros dançavam sobre os seios. — Talvez você esteja cansado da viagem e isso esteja afetando seu raciocínio. Eu não sei, mas...
— Eu vim de Nova York na semana passada, Lua — disse-lhe. — E fui informado de que havia uma possibilidade de uma obra até então desconhecida de Andre Souter ser vendida no norte da Inglaterra. Como você pode imaginar, eu não pretendia deixar que ninguém, a não ser a Galeria Aguiar, comprasse a tal pintura.
— Quando você diz Galeria Aguiar você quer dizer Arthur Aguiar.
— Exatamente. E imagine minha surpresa quando eu vi o tema do quadro!
Lua balançava a cabeça. Ela não tinha a menor idéia do que Arthur estava falando. Mas ele, ao que parecia, já estava de volta à Inglaterra há uma semana. Uma semana e ele não lhe telefonara nem tentara vê-la.
Até hoje. Quando Arthur só a humilhara e a envergonhara.
Se bem que ele também a pegou nos braços... Para se fazer ouvido. Nada além disso. E conseguira. Lua reagira ao toque dele mesmo sem querer.
— O tema do quadro...? — ela perguntou, franzindo a testa.
— Sim — respondeu Arthur, observando-a com os olhos estreitados. — Um retrato. Uma mulher. Uma mulher muito bonita, na verdade.
— É uma pintura da fase antiga, então...
— Não — interrompeu Arthur, seguro do que dizia. — Eu posso afirmar sem dúvida que é um trabalho recente. Talvez dos últimos cinco anos, eu diria.
Ela se acalmou. Não fizera nada de errado ao passar a noite com um homem que achava tão atraente e que a quisera também!
Mas com o passar do tempo toda aquela segurança perdera o sentido.
E agora, ali em pé, olhando para Arthur, não significavam absolutamente nada.
Lua deu um risinho.
— Acho que será melhor se nós dois simplesmente nos esquecermos disso, não é?
Era uma afirmação, e não uma pergunta, e Arthur se mostrou extremamente irritado.
Está certo, então ele não fora capaz de esperar para se livrar de Lua naquela manhã, e desde então não telefonara para ela, como disse que faria, mas era um golpe para o ego de Arthur perceber que ela estava tentando esquecê-lo do mesmo jeito que ele tentara esquecê-la.
Ou será que...?
Arthur deu um passo na direção de Lua, os olhos estreitos fixos nos olhos azuis dela e acariciando-lhe o rosto.
— Eu sou assim tão fácil de esquecer, Lua? — ele murmurou sedutor, sabendo que estava cometendo outro erro, mas furioso com a frieza dela. — Foi fácil se esquecer da nossa noite de amor também? Ou a lembrança disso a manteve acordada por várias noites, pensando em todos os modos como nos tocamos e nos excitamos?
Ela olhou para ele chocada ao sentir que o próprio rosto pegava fogo e os lábios se abriam ligeiramente enquanto o corpo se inclinava na direção de Arthur.
— Foi o que pensei... — ele murmurou, satisfeito diante da reação e mordiscando os lábios levemente antes de escorrer os dedos pelo pescoço até a gola em "V" da blusa dela e pela curva suave dos seios. O tempo todo o olhar de Arthur continuava a desafiá-la.
Como isso podia estar acontecendo? Era o que ela se perguntava, ao sentir que estava reagindo ao toque. Os mamilos ficaram excitados no ato, duros e sensíveis, enquanto ela se inclinava instintivamente para se segurar nos ombros largos dele. As pernas pareciam se desmanchar.
Mas do mesmo modo que Arthur a tocou de repente ele a empurrou e deu um passo para trás, com aquela expressão diabólica de quem a estava dispensando.
— Você é realmente sexy, não é? — ele provocou, apoiando-se na mesa e com o semblante pensativo, enquanto olhava a saliência dos seios de Lua através do decote de sua blusa.
— Senhor Aguiar...
— Ah, pare com isso — ele disse, balançando a cabeça e rindo. — Você não pode voltar a me chamar de senhor depois de entregar seu corpo a mim — afirmou, erguendo a cabeça de maneira desafiadora.
Lua percebeu que estava envergonhada diante daquela provocação gratuita. Por que Arthur estava fazendo aquilo? Que tipo de prazer perverso ele tinha ao humilhá-la daquela forma?
Ela endireitou-se e olhou para Arthur, na defensiva.
— Do mesmo jeito que você entregou seu corpo a mim! — respondeu furiosa, sem se importar se ele estava mesmo tentando fazê-la pedir demissão.
Ótimo. Ele podia mandá-la embora. Lua estava quase no ponto de não se importar com isso. O sorriso dele era de zombaria.
— Fico feliz que entre todos os seus outros amantes você tenha se lembrado de mim.
Todos os outros...! Do que é que ele estava falando? Lua tivera apenas um relacionamento antes dele, e isso fora há cinco anos.
— Vamos parar com esse joguinho — disse Arthur, impaciente, pondo-se de pé.
— Finalmente! — disse Lua. — Posso voltar para meu trabalho agora? — Se ela não saísse logo dali temia não conseguir conter as lágrimas.
— Não — gritou Arthur ao perceber que a estava provocando de modo deliberado.
Só porque ele sabia do relacionamento dela com Andre Souter?
Provavelmente, pensou Arthur, com raiva. Tudo bem. Então o homem, como um artista, era uma lenda, mas também era um homem de meia-idade, e Lua tinha pouco mais de 26 anos. E Arthur se perguntava se ele era velho demais para ela!
— Está certo, Lua — ele começou, acalmando-se.
— Aceito que seu caso com Andre Souter não seja da minha conta...
— Meu o quê?! — ela balbuciou, sem acreditar, com os olhos arregalados.
— É passado. Eu entendo...
— Passado...! — Lua balançava a cabeça. — Mas eu lhe disse. Eu não conheço Andre Souter! — protestou, indignada.
— Tenho provas do contrário...
— Provas? Veja Arthur, não sei do que você está falando. — Lua balançava a cabeça e os lindos cabelos loiros dançavam sobre os seios. — Talvez você esteja cansado da viagem e isso esteja afetando seu raciocínio. Eu não sei, mas...
— Eu vim de Nova York na semana passada, Lua — disse-lhe. — E fui informado de que havia uma possibilidade de uma obra até então desconhecida de Andre Souter ser vendida no norte da Inglaterra. Como você pode imaginar, eu não pretendia deixar que ninguém, a não ser a Galeria Aguiar, comprasse a tal pintura.
— Quando você diz Galeria Aguiar você quer dizer Arthur Aguiar.
— Exatamente. E imagine minha surpresa quando eu vi o tema do quadro!
Lua balançava a cabeça. Ela não tinha a menor idéia do que Arthur estava falando. Mas ele, ao que parecia, já estava de volta à Inglaterra há uma semana. Uma semana e ele não lhe telefonara nem tentara vê-la.
Até hoje. Quando Arthur só a humilhara e a envergonhara.
Se bem que ele também a pegou nos braços... Para se fazer ouvido. Nada além disso. E conseguira. Lua reagira ao toque dele mesmo sem querer.
— O tema do quadro...? — ela perguntou, franzindo a testa.
— Sim — respondeu Arthur, observando-a com os olhos estreitados. — Um retrato. Uma mulher. Uma mulher muito bonita, na verdade.
— É uma pintura da fase antiga, então...
— Não — interrompeu Arthur, seguro do que dizia. — Eu posso afirmar sem dúvida que é um trabalho recente. Talvez dos últimos cinco anos, eu diria.
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