domingo, 18 de dezembro de 2011

Doce amor cap.2 part.3

Lua estava apaixonada por ele, atraída fisicamente, e estamos no século XXI, meu Deus, não na Idade Mé­dia, quando os desejos e necessidades de uma mulher não eram considerados tão importantes quanto os de um homem!

Ela se acalmou. Não fizera nada de errado ao passar a noite com um homem que achava tão atraente e que a quisera também!

Mas com o passar do tempo toda aquela segurança per­dera o sentido.
E agora, ali em pé, olhando para Arthur, não significa­vam absolutamente nada.

Lua deu um risinho.

— Acho que será melhor se nós dois simplesmente nos esquecermos disso, não é?

Era uma afirmação, e não uma pergunta, e Arthur se mostrou extremamente irritado.

Está certo, então ele não fora capaz de esperar para se livrar de Lua naquela manhã, e desde então não telefona­ra para ela, como disse que faria, mas era um golpe para o ego de Arthur perceber que ela estava tentando esquecê-lo do mesmo jeito que ele tentara esquecê-la.
Ou será que...?

Arthur deu um passo na direção de Lua, os olhos es­treitos fixos nos olhos azuis dela e acariciando-lhe o rosto.

— Eu sou assim tão fácil de esquecer, Lua? — ele murmurou sedutor, sabendo que estava cometendo outro erro, mas furioso com a frieza dela. — Foi fá­cil se esquecer da nossa noite de amor também? Ou a lembrança disso a manteve acordada por várias noites, pensando em todos os modos como nos tocamos e nos excitamos?

Ela olhou para ele chocada ao sentir que o próprio rosto pegava fogo e os lábios se abriam ligeiramente enquanto o corpo se inclinava na direção de Arthur.

— Foi o que pensei... — ele murmurou, satisfeito dian­te da reação e mordiscando os lábios levemente antes de escorrer os dedos pelo pescoço até a gola em "V" da blusa dela e pela curva suave dos seios. O tempo todo o olhar de Arthur continuava a desafiá-la.

Como isso podia estar acontecendo? Era o que ela se perguntava, ao sentir que estava reagindo ao toque. Os mamilos ficaram excitados no ato, duros e sensíveis, enquanto ela se inclinava instintivamente para se segurar nos ombros largos dele. As pernas pareciam se des­manchar.

Mas do mesmo modo que Arthur a tocou de repente ele a empurrou e deu um passo para trás, com aquela expressão diabólica de quem a estava dispensando.

— Você é realmente sexy, não é? — ele provocou, apoiando-se na mesa e com o semblante pensativo, enquanto olhava a saliência dos seios de Lua através do decote de sua blusa.

— Senhor Aguiar...

— Ah, pare com isso — ele disse, balançando a cabeça e rindo. — Você não pode voltar a me chamar de senhor depois de entregar seu corpo a mim — afirmou, erguendo a cabeça de maneira desafiadora.

Lua percebeu que estava envergonhada diante da­quela provocação gratuita. Por que Arthur estava fazendo aquilo? Que tipo de prazer perverso ele tinha ao humilhá-la daquela forma?
Ela endireitou-se e olhou para Arthur, na defensiva.

— Do mesmo jeito que você entregou seu corpo a mim! — respondeu furiosa, sem se importar se ele estava mes­mo tentando fazê-la pedir demissão.

Ótimo. Ele podia mandá-la embora. Lua estava quase no ponto de não se importar com isso. O sorriso dele era de zombaria.

— Fico feliz que entre todos os seus outros amantes você tenha se lembrado de mim.

Todos os outros...! Do que é que ele estava falando? Lua tivera apenas um relacionamento antes dele, e isso fora há cinco anos.

— Vamos parar com esse joguinho — disse Arthur, im­paciente, pondo-se de pé.

— Finalmente! — disse Lua. — Posso voltar para meu trabalho agora? — Se ela não saísse logo dali temia não conseguir conter as lágrimas.

— Não — gritou Arthur ao perceber que a estava provo­cando de modo deliberado.

Só porque ele sabia do relacionamento dela com Andre Souter?

Provavelmente, pensou Arthur, com raiva. Tudo bem. Então o homem, como um artista, era uma lenda, mas também era um homem de meia-idade, e Lua tinha pou­co mais de 26 anos. E Arthur se perguntava se ele era velho demais para ela!

— Está certo, Lua — ele começou, acalmando-se.

— Aceito que seu caso com Andre Souter não seja da minha conta...

— Meu o quê?! — ela balbuciou, sem acreditar, com os olhos arregalados.

— É passado. Eu entendo...

— Passado...! — Lua balançava a cabeça. — Mas eu lhe disse. Eu não conheço Andre Souter! — protes­tou, indignada.

— Tenho provas do contrário...

— Provas? Veja Arthur, não sei do que você está falan­do. — Lua balançava a cabeça e os lindos cabelos loiros dançavam sobre os seios. — Talvez você esteja cansado da viagem e isso esteja afetando seu raciocínio. Eu não sei, mas...

— Eu vim de Nova York na semana passada, Lua — disse-lhe. — E fui informado de que havia uma possi­bilidade de uma obra até então desconhecida de Andre Souter ser vendida no norte da Inglaterra. Como você pode imaginar, eu não pretendia deixar que ninguém, a não ser a Galeria Aguiar, comprasse a tal pintura.

— Quando você diz Galeria Aguiar você quer dizer Arthur Aguiar.

— Exatamente. E imagine minha surpresa quando eu vi o tema do quadro!

Lua balançava a cabeça. Ela não tinha a menor idéia do que Arthur estava falando. Mas ele, ao que parecia, já estava de volta à Inglaterra há uma semana. Uma semana e ele não lhe telefonara nem tentara vê-la.
Até hoje. Quando Arthur só a humilhara e a enver­gonhara.

Se bem que ele também a pegou nos braços... Para se fazer ouvido. Nada além disso. E conseguira. Lua reagira ao toque dele mesmo sem querer.

— O tema do quadro...? — ela perguntou, franzindo a testa.

— Sim — respondeu Arthur, observando-a com os olhos estreitados. — Um retrato. Uma mulher. Uma mulher muito bonita, na verdade.

— É uma pintura da fase antiga, então...

— Não — interrompeu Arthur, seguro do que dizia. — Eu posso afirmar sem dúvida que é um trabalho recente. Talvez dos últimos cinco anos, eu diri
a.

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