domingo, 18 de dezembro de 2011

Doce amor cap.1 part.1

Arthur acordou sozinho.O que era estranho, porque ele tinha certeza de que não estava só quando adormeceu em um sono profundo algumas horas antes.
Algo a ver com uma deusa...? 


Lua, a deusa da juventude.Alta, magra, com cabelos loiros cacheados que iam até o meio das costas, e um par de olhos castanhos tão claros que pareciam dourados. Estranhos olhos magnéticos que brilhavam numa profusão de segredos.

Não que Arthur estivesse interessado em desvendar tais segredos. Lua era apenas uma distração, um modo de colocar o passado e todo o sofrimento do dia anterior. Arthur queria esquecer e se divertir, e a presença de Lua Blanco lhe proporcionava isso. Durante algumas horas, pelo menos.


Mas onde estava ela? Lá fora ainda estava escuro e os lençóis amassados ao lado de Arthur ainda estavam quentes. Portanto Lua não podia ter saído há muito tempo.


Ele fez uma careta diante da idéia de ela ter, simplesmente, desaparecido noite adentro. Isso era privilégio dele, Arthur! Vinho, jantar e a mulher na cama, sem jamais se envolver, e muito menos permitir que elas lhe invadissem a privacidade.


Claro que era um pouco mais difícil de fazê-lo quando a cama que compartilhavam era a dele!


Porque Lua não morava sozinha, lembrou-se Arthur. Algo a ver com uma companheira de quarto. Por isso, depois do jantar ele voltou com ela para seu apartamento sobre a galeria para uma bebida e outras coisas, quebrando, assim, uma regra inflexível.


Na verdade eram duas regras. Arthur deu um risinho nervoso ao se lembrar de que Lua na verdade trabalhava para ele, dois andares abaixo, na Galeria Aguiar, situada no andar térreo.


Mas em tempo de desespero é preciso tomar medidas desesperadas, e por isso Arthur levou Lua para o próprio apartamento, precisando se perder na beleza macia daquele corpo magnífico. E foi o que ele fez. E se flagrou fascinado e encantado, e o fato de Lua não ser uma das mulheres sofisticadas que geralmente ocupavam um espaço em sua vida, acrescentava mais excitação à noite. Ao ponto de a dor que Arthur sentia ter sido anestesiada, se não completamente apagada.


Ele deu um gemido e junto veio a lembrança do que os acontecimentos da noite anterior significaram para Arthur. Levantando-se para se sentar na cama, precisando se afastar do local daquele sexo fogoso e colocando-se de pé para dar as costas àqueles lençóis desarrumados, ele foi para o banheiro.


Só para dar um pulo repentino ao perceber que não estava só.


Lua, a deusa, estava desligando a luz ao voltar da cozinha com um copo de água na mão. Ela cobria a nudez apenas com o cabelo loiro que lhe chegava até o meio das costas.


Ele sentiu a excitação retornando ao observar aquele corpo dourado com pernas longas e sedosas, cintura e quadris cheios de curvas, seios firmes e apontados para o alto e os mamilos rosados.


Como se implorassem para serem beijados. Novamente.


Arthur a percebera na galeria há vários meses, com uma beleza que era impossível ignorar. Mas ele não falara muito com Lua até ontem.
E agora a desejava. Novamente.


— O que você está fazendo? — perguntou ele ao atravessar o quarto em silêncio para se juntar a Lua, iluminado apenas um abajur de mesa.


Ela ficou sem fôlego só de avistá-lo. Não sabia ao certo como acabara na cama de Arthur Aguiar. Nos braços dele.


Lua se sentira cativada por Arthur desde que o vira pela primeira vez. Apaixonou-se, ou melhor, se perdeu em luxúria, reconheceu ela ao se lembrar facilmente de cada beijo e carícia da noite anterior, totalmente entregue desde o primeiro momento em que Arthur a envolveu nos braços e a tocou.


Ou talvez ela tenha se entregado bem antes disso...
Carismático, o americano Arthur Aguiar era dono da galeria de arte londrina onde Lua trabalhava, e também dono de outras galerias em Paris e Nova York. O tempo era igualmente dividido entre as três cidades, com apartamentos de cobertura em cada um dos prédios à disposição dele.


Ela estava trabalhando na galeria há várias semanas quando percebeu um brilho nos olhos do proprietário.


Quando Arthur há alguns meses, entrara no escritório, todo poderoso e mostrando uma audácia sem fim ao dar ordens para os outros gerentes, Lua se sentiu como se o ar lhe tivesse sido roubado dos pulmões.


Com mais de l, 80m, um corpo macio e musculoso, com cabelos castanhos escuros, bem penteados e olhos de um azul-profundo, havia um quê de rudeza em Arthur que emanava uma energia de tigre enjaulado. E a ameaça de perigo era equivalente!


Nem nos sonhos mais loucos Lua imaginou que Arthur a notaria, afinal era uma funcionária iniciante. Na noite anterior, ela estava saindo da livraria quando esbarrou por acidente nele. Mas, em vez de ser recebida com a cara de reprovação que esperava, os dois trocaram um sorriso e se desculparam. Ela ficou completamente surpresa quando ele a convidou para jantar, sob o pretexto de que ela estava trabalhando ali há vários meses e era hora de se conhecerem melhor. Ficarem mais próximos!


Eles se tornaram muito mais do que conhecidos na noite passada. Lua tinha certeza de que não havia um só centímetro do corpo que não fora explorado e tocado pelas mãos e lábios de Arthur de maneira íntima.


Ela ficou toda envergonhada ao se lembrar daquela intimidade.
E agora a nudez de Arthur. Perfeita. Um corpo, como Lua descobriu, que tinha aquela cor-de-oliva, pêlos escuros sobre o peito largo e, mais embaixo, coxas e quadris poderosos.
Ao perceber a excitação nova em Arthur, ela sentiu a umidade entre as próprias pernas enquanto um calor lhe invadia todo o corpo lânguido.
— Espero que você não se importe. Eu estava com sede— disse para Arthur, ainda segurando o copo de água.


Ele também estava sedento, mas não de água. Pegou o copo das mãos de Lua e colocou-o sobre uma mesa, os olhos ficando escuros enquanto ele se abaixava para beijar-lhe um mamilo encantador. Arthur olhou para o rosto dela ao acariciar o sensível biquinho com a língua, sentindo o corpo ainda mais duro quando ela gemeu baixinho de encontro ao pescoço dele, os olhos brilhando como ouro derretido ao inclinar o corpo contra os cílios negros que acariciavam-lhe o rosto em brasa.


Ela era linda, esta deusa da juventude, e Arthur queria se perder dentro dela mais uma vez. Mas agora não para apagar as dolorosas lembranças do dia anterior, e sim porque a desejava com uma força que lhe dizia que não seria possível ser gentil com ela agora. E Arthur nem poderia ser. Ele precisava invadir aquele corpo, mas sabia que ela aceitaria aquele desejo com um fogo próprio. Como já fizera.


Arthur endireitou-se para pegá-la nos braços e a beijou, a língua a explorando. Lua passou os braços por trás do pescoço de Arthur e lhe acariciou os cabelos castanhos.


Ela estava trêmula quando ele a deitou entre os lençóis amarrotados, as bocas se misturando enquanto uma das mãos de Arthur acariciava os bicos em brasa de seus seios, com um mamilo já duro e excitado, enviando sensações por todo o corpo de fogo e umidade.


Lua acariciou incansavelmente toda a extensão das costas dele antes de trilhar um caminho até a firmeza das coxas, tocando-o naquele ponto, adorando sentir o desejo de encontro à mão. O gemido baixinho que Arthur soltou deixou claro que também aprovava a carícia.


Ele se deitou de costas contra os travesseiros enquanto Lua começava a beijar-lhe o peito, depois mais abaixo, no umbigo e mais abaixo ainda, no ponto mais vulnerável. Ele perdeu o fôlego ao sentir toda a sensualidade da língua dela contra a pele e, ao mesmo tempo, percebeu que seria incapaz de suportar por aquilo muito tempo, que queria se esconder na quentura entre as pernas, dentro dela, levando os dois ao clímax trêmulo do qual Arthur se lembrava claramente, duas vezes, na noite anterior.


Ele moveu-se para cima do corpo dela, olhando o rosto excitado ao lhe adentrar o sexo devagar. Lua mexeu os quadris a fim de se ajustar ao corpo de Arthur, recebendo-o dentro de si e começando a se mover com lentidão.


Minutos, horas?, mais tarde, ela engasgou ao sentir a pulsação quente percorrendo-lhe todo o corpo, que tremia e se arrepiava enquanto o prazer fugia do controle, tomando conta dela.


O êxtase também tomou conta de Arthur, que pulsava deliciosamente dentro de Lua, até se render às sensações do físico.


Depois do amor, ela se deitou com a mão pousada sobre o peito dele, que a mantinha ao lado com o braço ao redor da cintura.


Lua jamais sentira coisa parecida. Os corpos deles pareciam combinar perfeitamente. O sexo foi uma espécie de balde cheio de emoções intensas.


Ela sorriu sozinha ao se perceber feliz, totalmente relaxada e realizada. Realmente podia desabar, apaixonada e sem pensar em nada, nos braços daquele homem. Se é que já não estava apaixonada!


Levando em conta o comportamento desinibido em relação em Arthur, ela achava que podia ser o caso.


Que seja. Lua se sentiu mais íntima dele do que jamais se sentira, e se perguntou o que o futuro lhes reservava. Eles passariam o dia juntos? Era domingo, por isso nenhum dos dois precisava trabalhar. Talvez tomassem o café da manhã juntos? Antes de fazer amor. Então talvez fossem passear num parque da vizinhança. Antes de fazer amor. E depois eles podiam...


Lua, exausta e feliz, adormeceu.


Ao lado dela, Arthur estava deitado, insone, com o corpo plenamente satisfeito, mas a mente totalmente desperta.


Lua Blanco era linda e desejável, e se entregou a ele de um modo totalmente desinibido que ele considerou irresistível. Mas era a falta de controle dela que o alertou de que precisava resistir. As algemas de seda de qualquer mulher e aquela união confortável que mantinha uma pessoa presa até que ela não se reconhecer mais. Isto não era para Arthur. Nunca mais. Foi assim que toda a lembrança de dor e sofrimento dos quais ele tentara se livrar naquela noite voltaram.


E ainda por cima Lua era funcionária dele. Intocável, na verdade. Se bem que Arthur fizera muito mais do que simplesmente tocá-la!


Ele criara uma situação que sempre evitara no passado.


Desde o divórcio, há dois anos, conhecera várias mulheres, bebera vinho e jantara com elas, levara-as para a cama e saíra sem maiores arrependimentos. Nenhum dos relacionamentos durou o suficiente para criar qualquer tipo de laço, muito menos um elo emocional. Mas com uma funcionária, algo que Arthur sempre soubera e por isso evitara, seria um pouco mais difícil de escapar.


Mas ele escaparia de qualquer jeito. Fugiria e não se arrependeria.


Arthur não sabia muito bem o que faria em relação ao fato de Lua trabalhar para ele. A saída mais fácil seria dispensá-la.


Mas não lhe parecia justo que ela perdesse o emprego porque fora para a cama com ele. Na verdade, a maioria das mulheres pensaria que seus empregos estariam mais garantidos depois de ir para a cama com o chefe!
Arthur se virou um pouco para poder observá-la enquanto Lua dormia em seus braços. Teria sido por isso que ela se entregara com tamanha boa vontade para ele na noite anterior? Foi por isso que Lua voltou ao apartamento e fez amor com ele?


Se fosse isso, seria uma surpresa e tanto!
Ninguém, nem nada, era capaz de segurar Arthur Aguiar, muito menos uma sereia de cabelos loiros e olhos dourados.

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