terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Doce amor cap.5 part.3

Para o bem da criança...

Claro. Até parece que Arthur se ofereceria para ajudar por outro motivo. Até porque ele achava que ela, Lua, era a mulher naquele retrato. E que ela engravidou de propósito!

— A primeira coisa que devemos fazer a respeito é conversamos com seus pais adotivos e descobrir se eles sabem qualquer coisa sobre seus pais biológicos.
— Claro que não sabem. Eles teriam me contado.
— Mesmo?
— Claro. Por que não me contariam?

Arthur deu de ombros.

— Não sei, mas acho que devemos perguntar.
— Também acho. Vou visitá-los neste fim de semana.
— Nós vamos — Arthur a corrigiu. — A partir de agora faremos tudo juntos, Lua.

Nós. Lua e Arthur. Lua Blanco e Arthur Aguiar. Ela não podia se casar com aquele homem só porque ele dizia que era o certo. De jeito nenhum!

— Amanhã vou tomar as providências necessárias para nos casarmos o mais rápido possível. Hoje é quin­ta-feira, então eu acho que você deve tirar o resto da semana de folga. Sábado visitaremos seus pais e no do­mingo você se mudará para o meu apartamento, nosso apartamento.
— Não me mudarei para o seu apartamento nem no domingo nem nunca! E nem vou me casar com você!
— Claro que vai — ele respondeu.
— Não...
— O que eu quero não importa?
— Mas você está conseguindo o quer. Mais do que isso, até. Você não planejou que eu fosse seu marido, não é? — ele perguntou, com um risinho.

Se Arthur a amasse e quisesse se casar com ela por isso, Lua não hesitaria em dizer sim ao pedido. Mas ele deixara claro o que pensava; para Arthur, ela era uma oportunista.

— Você não pode me obrigar...
— Acalme-se. Toda essa raiva não é boa para o bebê. O bebê. Arthur só pensava nisso.
— Vou me casar com você, Lua. Insisto. Você real­mente acha que tem o direito de negar a essa criança as coisas que eu posso dar a ela? Ou quer transformar isso em uma batalha? Uma batalha que eu pretendo vencer.
— Como assim? — ela perguntou, sentindo um frio na barriga.
— Eu lutaria pela custódia da criança — informou Arthur. — Na verdade, se você continuar a discutir esse assunto comigo, vou direto para o escritório dos meus ad­vogados dar início ao processo.

Lua o olhava como se ele fosse um monstro. E talvez fosse mesmo. Mas Arthur não recuaria. Havia muita coisa em jogo.
Ele não podia deixar que esta segunda chance de ser pai lhe escapasse.
Ela engoliu em seco.

— Você faria mesmo isso?
— Se for obrigado, sim.
— Mesmo que eu o odeie por isso?
— Mesmo assim.

Agora Lua o olhava como se não o conhecesse, ou como se desejasse jamais tê-lo conhecido!

— Acho que eu gostaria de ficar sozinha um pouco, se você não se importar.

Mas Arthur se importava.

— Nós vamos nos casar, Lua. E você vai se mudar para o meu apartamento. E nós vamos visitar seus pais no sábado. E não pense que não a ncontrarei se você fugir.
— Você está mesmo falando sério? — perguntou ela, com os olhos cheios de lágrimas.
— Com certeza.
— Vou ligar para meus pais e avisá-los.
— E você vai se mudar para meu apartamento no do­mingo?

Ela suspirou.

— Uma coisa de cada vez.

Eles não tinham tempo para "uma coisa de cada vez". Mas ao ver como Lua estava pálida, Arthur percebeu que estava no limite.

— Tudo bem. Eu lhe telefonarei amanhã para informá-la dos preparativos para o casamento. Talvez possamos jantar juntos?

Ela riu para ele, cansada.

— Acho que é um pouco tarde para começarmos um namoro.
— Precisamos começar a nos conhecer melhor — in­sistiu. — Até onde sei, temos exatamente sete meses e meio para isso.

Ela se via presa. Lua não tinha dúvidas de que Arthur falava sério quando disse que ela não conseguiria fugir. E também falava sério sobre se casar. Assim como falava sério quando ameaçou lutar pela custódia do bebê se Lua não concordasse em se casar.
Estava muito claro por que Arthur estava sendo tão enfá­tico em relação àquilo. Ele não pretendia deixar passar a segunda chance de ser pai.
Pelo menos amanhã, à esta hora, Lua se encontraria com Gillespie, o agente de Andre Souter, e começaria a resolver a situação.

Assim que tivesse as respostas de que precisava, ficaria feliz em mostrar a Arthur que ele estava errado sobre ela. Pelo menos em relação ao quadro... Quanto à gravidez, não havia nada que pudesse fazer. O que significava que ela teria de se casar ou lutar con­tra Arthur.

Com todos os milhões da família Aguiar, era uma batalha perdida.

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