sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Doce amor cap.8 part.1

— Seus pais estão escondendo alguma coisa.

Lua olhou desconfiada para Arthur na viagem de volta para Londres. Ele tinha razão, claro, mas ela não queria admitir. Os pais estavam mesmo escondendo algo. O incidente com a mãe depois que o nome de Jack Garder foi mencionado era indício de alguma coisa.
Lua só não tinha ideia do quê!

Henry mudara de assunto assim que voltaram à sala de estar, minutos mais tarde. Ele voltara a falar sobre o casa­mento, um assunto que colocava Lua em perigo.

— Claro que não — defendeu ela, já decidida a conver­sar em particular com os pais sobre o quadro, provavel­mente quando eles fossem a Londres.
— Você está ima­ginando coisas, Arthur — ela disse, distraída, sem querer insistir no assunto. — Agora me diga, que preparativos são estes que seus advogados estão fazendo?

Ela não se esquecera daquilo.

— Não seria um acordo pré-nupcial, seria? — ela per­guntou, brava.
— Você assinaria?
— De jeito nenhum! — ela respondeu.
— Achei que não — ele ponderou.
—Acordos desse tipo são uma ofensa a todos os envol­vidos — disse-lhe Lua.
— E a maioria deles não vale nada — concordou Arthur.
— Ah, tenho certeza de que o acordo pré-nupcial que seus advogados redigirem vai valer! — retrucou, enojada.
— Provavelmente — aceitou. — Mas não é isso o que eles estão fazendo, e você não o aceitaria, de qualquer modo. Eles estão cuidando de alguns documentos porque eu sou um norte-americano me casando na Inglaterra. En­tão não há motivos para discutirmos isso, não acha?

Certamente, parecia. Lua se virou para Arthur sem con­seguir esconder a vergonha no rosto. Mas ficou feliz em saber que este era o único assunto jurídico envolvendo o casamento. Se bem que agora não havia nada para distraí-la, por isso teria de voltar a pensar na reação estranha dos pais.

A conversa não fora nada do que Lua esperava. Ela achava que conseguiria arrancar o nome de Jack Garder de Arthur, mas não imaginava aquela reação dos pais.

— Acho que esta era a intenção — disse Arthur.
— Não sei do que você está falando — ela respondeu. Arthur era astuto demais para o gosto dela.
— Não? — ele perguntou, com os olhos azuis curiosos. — Seus pais obviamente sabem do seu relacionamento com Jack Garder, e eles prefeririam que eu não soubes­se. Tanto mistério para isso!
— Eu nunca me envolvi com um homem chamado Ja­ck Garder — protestou Lua, com ódio. — Eu jamais ouvira este nome até você mencioná-lo.
— Ah, por favor. Seus pais tinham ouvido o nome. En­tão você deve ter dito a eles.

Ela percebeu que os pais conheciam o nome, mas não sabia como! Assim como não sabia como Arthur chegara à conclusão de que estivera envolvida com Jack Garder. Um homem que ele dizia ter morrido bem velho.

— Não entendo por que você deveria achar que eu es­tive envolvida com ele!
— É simples, uma questão de lógica. — Arthur deu de ombros, a expressão séria. — Andre Souter pintou o retrato. Um retrato que era de Jack Garder quando ele morreu. No retrato você está usando um anel de noivado. Esmeraldas e diamantes, pelo que me lembro. E foi por isso que eu não lhe dei
esmeraldas e diamantes! Lua percebera o anel, claro, só não percebera que Arthur...

— Nunca lhe pedi esmeraldas ou diamantes.
— Ainda bem — retrucou ele, com desprezo. Só de imaginar Lua usando o anel dado por outro homem o deixava enojado. Ela era dele, droga! Dele!

Mas o anel no dedo da mulher naquele retrato, o fato de Jack Garder possuir o quadro e a reação da mãe de Lua ao mencionar aquele nome, isso bastava para con­vencê-lo de que todas as suspeitas eram reais. Lua fora noiva de Jack Garder e tivera um caso com Andre Souter! E só de pensar nela envolvida com outro homem, Arthur ficava
furioso!

— Você estava noiva de Jack Garder e teve um caso com Andre Souter. Admita e vamos esquecer isso — disse, apertando o volante com as mãos.
— Deixe-me ver se entendi. — Lua virou-se para ele, franzindo a testa. — Eu era noiva de Jack Garder, ob­viamente um homem rico a ponto de poder encomendar um retrato de Andre Souther. E então, ao conhecer o pintor, eu me entreguei a ele provavelmente porque des­cobri que ele era ainda mais rico. É isso? — perguntou — E já que meu relacionamento com eles não deu certo, eu obviamente planejei conquistar o dono das Galerias Aguiar! Entendi. Certo, Arthur?

Aquilo fazia sentido para ele. Arthur estava com tanta raiva que queria odiá-la, mas ele só
conseguia pensar em fazer amor com ela.

— Para onde estamos indo? — ela perguntou, de cara fechada, ao perceber que não estavam a caminho de seu apartamento.
— Meu apartamento — informou Arthur, confirmando a suspeita.

Lua engoliu em seco. Ela não estava gostando da­quilo. Arthur estava nervoso demais para que ela se sen­tisse à vontade no apartamento dele. Aquela conversa toda sobre Jack Garder e Andre Souter o deixara estranho.

— Por quê? — perguntou Lua.
— Talvez eu queira apenas ficar um pouco sozinho com a minha noiva.

Trêmula, ela respirou fundo, sabendo exatamente o que aquilo significava. E não queria que Arthur fizesse amor com ela, furioso daquele jeito.

— Melhor não, Arthur.
— Por que não?
— Você sabe muito bem.

Ele respirou fundo e bufou antes de retrucar.

— Não vou machucá-la — ele murmurou.

Talvez não fisicamente, afinal, Arthur tinha de pensar no bem-estar do bebê!, mas emocionalmente ele podia destruí-la. Se bem que Arthur não precisava estar sozinho com Lua no apartamento para fazer tal coisa. Bastava um olhar.

— Ao contrário. Vou fazer amor com você até que você implore para eu parar!
— Eu prefiro ir direto para casa — ela disse, deter­minada.

Arthur ficou sério.

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