quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Doce amor cap.12 part.3-ÚLTIMO CAPÍTULO

— Sim — respondeu Lua, ligeiramente ansiosa e sem fôlego, admirando a compreensão de Arthur.
— Ah, sim. Mas eu... eu pensei que tínhamos concordado em cancelar o casamento. — ela o observava, intrigada. — Já disse que não vou criar nenhuma dificuldade...
— Eu vou — ele interrompeu, sério, os olhos azuis fi­xos nos olhos de Lua. — Não pretendo sofrer o mesmo que Andre Souter e amar uma mulher pelo resto da vida sem estar com ela.
— Entendo. Foi por isso que concordei em acabar com o casamento e me esquecer da nossa união. Eu sei que você e a Sarah querem se reconciliar...
— Sarah? — perguntou Arthur, com raiva. — O que é que a Sarah tem a ver com tudo isso?

Lua parecia confusa.

— Eu não quis, mas acabei ouvindo você conversan­do com ela ao telefone ontem à noite. — ela engoliu em seco. — Eu sei que é por causa dela que você desistiu da idéia do casamento arranjado comigo, vocês querem ficar juntos e conversarão sobre os problemas que tiveram quando você voltar à Nova York.

Arthur olhava para ela, sem acreditar. Então era por isso que, depois de terem feito amor com tanta intimidade, com tanta intensidade, Lua fora dormir no quarto de hós­pedes! Era por isso que ela se dispôs tão prontamente a romper o noivado e cancelar o casamento. Porque achava que ele ainda estava apaixonado por Sarah!

— Lua — ele respirou fundo. — Sarah se casou no­vamente há cerca de um ano, e está muito feliz. Na noite passada ela me ligou para me dizer, e estava tão feliz que queria dividir a novidade comigo, que acabara de dar à luz a uma linda menininha. — Arthur ficou esperando pela reação de Lua. — Talvez eu devesse ter lhe contado, mas você havia ido embora do quarto quando voltei, e pela manhã... Bem, você sabe o que aconteceu entre nós esta manhã.

Lua o encarou, surpresa.

— Sarah teve um bebê...?
— Sim — concordou Arthur, na esperança de que tudo melhorasse agora. — Sei que você pode achar difícil acre­ditar em mim, depois de eu ter me comportado do jeito que me comportei... — ele balançou a cabeça, decepcio­nado consigo. — Mas a única mulher que eu quero ao meu lado, a única mulher que eu amo, e que amarei, é você!

Sem acreditar, ela se virou para perguntar:

— Você ama...?
— Amo — ele reafirmou, para tranqüilizá-la. — Acho que me apaixonei por você há seis semanas. Nesses últi­mos dois anos, quando eu... Quando eu me envolvia com uma mulher, eu a esquecia logo que me afastava — ele admitiu, penosamente. — Mas com você... Com você as coisas foram diferentes. Eu não conseguia pensar em outra coisa durante cinco, seis semanas, se você contar a semana que passei na Inglaterra depois de comprar o quadro de Andre Souter. Eu já sabia que teria de me reencontrar com você assim que voltasse para Londres, que de algum jeito você me conquistara.

Lua molhou os lábios, sem conseguir acreditar no que Arthur estava lhe dizendo.

— Mas o quadro mudou tudo o que você sentia...?

Ele fez que sim, suspirando.

— Porque eu sou um idiota. Porque eu não acreditei quando você me disse que não era a modelo do retrato. Mas ela era igualzinha a você! — ele gritou. — Igual à Lua que eu vira na noite que passamos juntos. A Lua que queimava como fogo em meus braços. A Lua que assombrou meus dias e invadiu minhas noites. — Arthur balançou a cabeça. — Ao ver aquele quadro e imaginar o homem que o pintara olhando para você e vendo exata­mente o que eu vira, tocando-a do mesmo modo que eu a toquei... Fiquei tão furioso que acho que estava cego de raiva quando nos encontramos — ele confessou.

Arthur estava mesmo dizendo aquilo tudo para ela!

— E agora? — ela perguntou, ansiosa. — Agora que você sabe a verdade? Você aceitou romper o noivado e concordou em cancelar o casamento — relembrou Lua, ríspida.

Arthur sorriu para ela, envergonhado.

— Eu estava tentando fazer a coisa certa. Percebi que cometera uma violência contra você porque me enganei e achei que você estava tentando se casar comigo engravidando intencionalmente. E eu estava enganado, Lua. Agora sei que você ficou tão surpresa com a gravidez quanto eu. Pior, você
provavelmente deve ter ficado apa­vorada. E eu agi como um completo canalha — ele mur­murou, com raiva de si.
— Mas agora...? — tentou Lua mais uma vez.
— Agora, depois de ouvir o que Andre Souter dis­se, depois de ouvi-lo descrevendo o quanto amava Claudia e o que passara depois que a perdera, decidi que, a não ser que eu queira ficar maluco, tenho de parar de agir como um cavalheiro — ele disse, determinado. — Não quero ser outro Jack ou Andre, me render a uma vida vazia e sem amor porque deixei a mulher que amava escapar de mim sem nem mesmo tentar mostrar a ela o tamanho desse amor e o quanto quero estar ao lado dela. Mesmo que demore meses ou anos, eu vou conquistar você, Lua Blanco. — Arthur se aproximou para pegá-la pelos bra­ços. — Vou cortejá-la e conquistá-la. Eu a amo tanto, preciso tanto de você, que jamais deixarei que você escape de mim. Você me permite fazer isso, Lua? — ele disse, apertando-a. — Você me dará uma chance de cortejá-la, de cuidar de você, de amá-la?

Ela quase riu daquela pergunta ridícula. Já o amava tanto que se separar dele estava sendo um pesadelo do qual não conseguia acordar!

— Não, acho que não, Arthur — ela disse, tristemente. — Não, não quis dizer isso! — apressou-se para tranqüilizá-lo, ao perceber que ficara completamente branco. — Veja só, o fato é que eu já o amo. — ela sorriu. — Eu o amo há meses, mesmo antes de você conversar comigo pela pri­meira vez — ela confessou, divertindo-se. — E se você concordar, eu gostaria de manter o nosso casamento.
— Lua...? — Arthur olhava para ela, sem poder acredi­tar no que ouvia.
— Eu o amo, Arthur! — era tão bom poder dizer aquelas palavras, sem culpa, de uma vez por todas. Deixar que o amor transparecesse nos olhos e lhe alegrasse o rosto. — Eu o amo e quero passar o resto da minha vida ao seu lado!

Arthur ficou olhando para Lua, enquanto ofegava, trêmulo.

— Para toda a eternidade! — ele disse, enfático. — Não aceito nada menos do que isso!
— Para toda a eternidade — repetiu Lua, rindo feliz.
— Também não aceito nada menos do que isso.
— Eu juro que seremos felizes juntos, Lua — garan­tiu Arthur. — Muito, muito felizes mesmo.

Ela acreditava no que ele dizia.

E quando os gêmeos, Miguel e Isabella, nasceram, sete meses depois, todos saudáveis, a mãe inclusive, Lua soube que estava certa em confiar e acredi­tar no que Arthur lhe dissera, que o amor que sentiam um pelo outro aumentaria a cada dia que passassem juntos.E assim seria, por toda a eternidade.

Fim

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