quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Doce amor cap.11 part.3

Lua sabia que Arthur teria de explicar como se envol­vera com ela quando se encontrasse com Sarah, de volta a Nova York, para discutirem a relação. Só esperava que a outra mulher entendesse e aceitasse o fato de que Arthur não insistira no erro casando-se outra vez. Por falar nisso...

— Vou deixar aos seus cuidados o cancelamento do casamento. — até por que, exceto pelo dia e hora, ela não sabia mesmo quais preparativos foram providenciados.
— Vou cuidar disso, sim — concordou Arthur. — Agora será que podemos sair daqui de uma vez por todas? — ele perguntou, impaciente. — Eu nunca gostei de despedidas, e esta... Vamos embora, sim? — ele passou a mão pelos cabelos.
— Acho que você vai querer isso de volta também — disse Lua, tirando o anel com a safira amarela e dia­mante do dedo.
— Quer parar de me ofender e magoar? — disse ele, com raiva, encarando-a. — O anel é seu. O retrato é seu. E tudo o mais que você aceitar receber será seu também.


Mas não o coração dele. Nem o amor. Que era tudo o que ela queria... Mas o orgulho só lhe permitia ir até certo ponto, e Lua sabia que, nos próximos meses, precisaria mesmo da aju­da financeira de Arthur.

Ela queria estar numa posição boa o suficiente para recusar aquela oferta, mas não estava, não sem depender dos pais. E não gostava nem de pensar nisso.

— Ótimo — aceitou. — Já estou pronta para ir.

Arthur não sabia se estava preparado para ajudá-la a sair da vida dele daquele jeito. Mas também sabia que não tinha escolha. Porque causara tudo aquilo.

Se ao menos não tivesse visto o quadro e presumido que Lua fosse a modelo. Se ao menos a tivesse escutado quando lhe disse que o retrato era de outra pessoa. Se ao mesmo não tivesse se rendido à idéia de que ela já tentara enganar dois milionários e falhara. Arthur acreditava que era apenas a
terceira tentativa, só que, desta vez, Lua tomara o cuidado de engravidar antes do casamento. Se não tivesse feito todas aquelas coisas, talvez ele pudesse pedir uma segunda chance. Mas Arthur fizera mesmo tudo aquilo. E por isso ele merecia que Lua saísse da vida dele!

Na viagem até o apartamento, ela quase não agüentou segurar o choro. Olhando pela janela do carro, continha as lágrimas, determinada a segurá-las até que Arthur a deixas­se, porque não podia deixar que ele visse o quanto aquela despedida a estava machucando. Lua nem mesmo sabia quando o veria novamente. Ou se o veria.

Ele poderia muito bem decidir lidar com todos os as­suntos financeiros por meio dos advogados, e as visitas ocasionais ao bebê seriam feitas do mesmo modo. Até mesmo ser obrigada a se casar com ele seria me­lhor do que não saber quando ou se o veria novamente. Ela virou-se para Arthur, depois de destrancar a porta do apartamento.

— Posso continuar a trabalhar na galeria até... Até...
— Trabalhe na galeria o quanto quiser... Se quiser. Você é quem sabe — ele respondeu. — Vou informar a Jane da sua decisão, qualquer que seja ela.
— Eu só...
— Lua, vamos entrar? O quadro pesa uma tonelada! — ele deu um risinho, apoiando a pintura sobre o joelho. — Eu provavelmente terei uma hérnia por subir as esca­das carregando esta coisa!

Lua sorriu.

— Você...
— Desculpe — uma voz os interrompeu. — Estou pro­curando um apartamento... — a pessoa se silenciou de imediato.

Lua virou-se ao ouvi-lo, o olhar ficando mais e mais intrigado quando o homem parou de falar. Ele perdeu a cor lentamente, sem se mover, encarando-a.

— Claudia...? — perguntou o homem, sem poder acreditar.

Só havia um homem no mundo que a confundiria com a mãe.

Mas não podia ser...!

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